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quinta-feira, 2 de abril de 2009

Man of Science, Man of Faith


Ciência e fé são normalmente consideradas opostas. O cientista precisa ser um cético por natureza. A prova da falsidade é um requisito da hipótese cientifica. A falsidade de uma hipótese científica deve poder ser questionada ou testada. O conhecimento científico evolui e as hipóteses antigas constantemente postas a desafio, e frequentemente superadas por hipóteses novas que geram modelos que explicam melhor os fenômenos estudados.

Já a fé é inquestionável e intestável. Ela per si não pode ser desafiada, nem sua falsidade testada. As religiões, que são as instituições que se baseiam na fé, são imutáveis. Enquanto a ciência estimula o questionamento e o desafio, a fé não tolera os infiéis por natureza.

Homens de ciência e homens de fé devem logicamente então pertencer a classes diferentes de ser humano. Entretanto até onde isso é verdade? Até onde um Homen de Ciência não se utiliza da fé no seu dia a dia? A fé no que ele lê na literatura cientifica, nos resultados de seus pares publicados nas revistas especializadas. Nos paradigmas já estabelecidos por outros cientistas. Baseado em toda essa “fé” ele constrói sua ciência. Se você for analisar bem, a ciência no dia a dia é feita mais de fé do que ceticismo científico na maioria das vezes.

Longe de tirar o mérito dos cientistas, isso apenas revela o modus operandi de nossa mente. De fato se formos questionar e tentar provar todo o conhecimento que nos baseamos para fazer ciência, não conseguiríamos avançar nosso trabalho, pois não daria tempo para nada. Por isso somos seletivos em nosso ceticismo, em nossa necessidade de testar a falsabilidade de todas afirmações. Precisamos ter fé no que nossos pares fizeram antes para podermos ter tranqüilidade para avançar o conhecimento, questionando o que se situa mais a fronteira do conhecimento. O que não impede de paradigmas antigos serem eventualmente constestados e mudados, em face de observações novas, mas normalmente quanto mais antigo o paradigma, mais vezes ele foi testado e mais merecedor de “fé”ele é.

Seres humanos são por natureza “homens de fé” e “homens de ciência”, mesmo que não queiram.

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