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quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Minha primeira e última poesia

Numa tentativa de renascer das cinzas (o blog) vai aí o resultado de uma súbita inspiração poética, que suspeito seja a única e última,

Minha primeira e última poesia


Não sou poeta
Não entendo poesia
Não curto a rima
A métrica não me anima
Mas mesmo assim
Porque não, por um dia
Um minuto, um millisegundo
Em um momento casual
Em uma situação banal
Durante um tédio fora do normal
Ou talvez até no meio do trabalho
Enquanto escrevo  algo objetivo e claro
Com economia de vernáculo
Eu abro outra página
E solto todo o meu arsenal
De vocábulos inimagináveis de se usar no meu usual
Como: Não obstante, Lenimento, A despeito, Aviamento
Sem rima nem métrica
Palavras e verbos sem nenhum sentido
Mas que algum leitor comprometido
Decifrará significados desconhecidos até então
E sorrirá pela revelação
E eu também sorrirei
Pois pelo menos por um dia
Posso dizer que fiz poesia